Parte da entrevista concedida à Laura Ancona Lopez
"Não quero ser bonzinho", diz o deputado federal
e ex-jogador Romário
(FOTO: RODRIGO ROSENTHAL)
Eleito em 2010 com quase 150 mil votos, Romário, hoje também presidente da Comissão de Turismo e Desporto, chegou a Brasília cercado de desconfiança, mas hoje, com 100% de presença na Câmara, tem projetos de lei importantes (como o que pretende agilizar as pesquisas médicas no Brasil) e trava um verdadeiro embate com a CBF por mais transparência no futebol. É a favor da saída do atual presidente da instituição, José Maria Marin, que recentemente teve seu nome ligado à morte do jornalista Vladmir Herzog durante a Ditadura Militar. Critica os valores estratosféricos que as obras da Copa tomaram.
Por que você está em campanha pela saída do atual presidente da CBF?
Romário - Quando o Ricardo Teixeira saiu (em março) e o (José Maria) Marin assumiu, achei que ele pudesse fazer diferença. Só que antes, a Seleção estava em quarto lugar no ranking da FIFA agora está em 19o. Nos últimos meses, os jornais disseram que o cara está envolvido direta e indiretamente com morte e a tortura de pessoas, na Ditadura, inclusive da presidenta Dilma. Aí tem a Copa das Confederações e ele senta do lado dela no Maracanã! Não dá. E também tem a história do roubo da medalha (durante a premiação da Copa São Paulo de Juniores, no ano passado, Marin afanou, em frente às câmeras, a medalha do goleiro Matheus Caldeira). É um ladrão! Ladrão não é só quem rouba banco, não. Esse cara não tem postura para ser presidente da CBF.