A CBF e a política nacional, o que tem a ver? Calma, essa coluna é sobre futebol, fique tranquilo, não é sexta-feira, sim, é quarta-feira. Ainda não chegamos na véspera do final de semana, mas um detalhe me chamou à atenção nesta quarta. A seleção brasileira vai jogar no Rio Grande do Sul contra à França, neste domingo, contudo, ela vai concentrar em Goiânia. Eu pergunto para você: que logística é essa? O time se hospeda em um estado e joga em outro, nunca vi uma coisa como essa. Mas depois de absorver à informação que havia escutado, procurei entender os motivos do presidente da gloriosa Confederação Brasileira de Futebol, José Maria Marin, aí depois de apurar à notícia, pude entender melhor o fato. Os comandados de Felipão estão concentrando na capital de Goiás, porque o pré-candidato à presidência da República, Aécio Neves, fez uma manobra política para que a equipe do Brasil fosse para lá. Tudo isso já faz parte da campanha do senador mineiro, que parece ter a simpatia de Marin, claro, acompanhado de alguns simpáticos cifrões em reais. Os goianienses aplaudiram, os políticos fizeram campanha antecipada e todos ficaram felizes, porém é ruim misturar a nossa seleção com politicagem, associar um grupo de atletas com algum partido é complicado, enfim. Para não perder a viagem, falarei dos dois pesos e das duas medidas, que a nossa comissão técnica fez no caso Luiz Gustavo e Dante com o Bayenr de Munique e Neymar em relação ao Barcelona. Com os jogadores do time alemão, foi só pressão, ameaça de entrar com uma liminar junto à FIFA, se os dois não fossem liberados para o amistoso contra à Inglaterra, e olha que o Bayenr disputaria uma decisão de título, a Copa da Alemanha. Com Neymar, que só se apresentaria para torcida do Barça, foi liberado sem nenhum questionamento. Inclusive, perdeu até treino, em virtude dos compromissos extra-campo. Como diria um comediante: “Neymar pode”. Parreira e Luiz Felipe Scolari precisam rever seus conceitos, porque se não pode para um, neste fato, para dois, também não pode para o outro. Espero que esse acontecimento não vire um mal-estar entre os envolvidos. Falando em futebol e não em política, o treinador Canarinho ainda não achou a formação ideal, é nítida a sua dúvida no meio e na zaga. Toda havia, ele me parece está no caminho certo, apesar dos pesares.
Luiz Claudio Junior
Jornalista
