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segunda-feira, 20 de junho de 2011

Ecologia das Algas Marinhas - Por Eduardo Pimenta


A maior parte das algas são seres unicelulares, vivendo livres na água e movendo-se com o auxílio de flagelos ou por movimento amebóide, outras espécies não têm movimento próprio e ocorrem no meio ambiente quer na forma cocóide, quer na forma capsóide. No entanto, mesmo as algas unicelulares se agrupam por vezes em formas coloniais, móveis ou não. 

Alguns destes tipos de organização, que podem ocorrer ao longo do ciclo de vida de uma espécie de alga são as mais variadas possíveis e fazem parte de suas estratégias de perpetuação. Podem se agrupar em colônias, estar embebida em mucilagem, ter filamentos por vezes ramificados, formando um pseudo-talo, por vezes com diferenciação parcial de tecidos. 

As algas castanhas, vermelhas e alguns grupos de algas verdes apresentam indivíduos com tecidos totalmente diferenciados em órgãos parcialmente equivalentes aos das plantas "superiores", são popularmente conhecidas como macro-algas. O corpo do indivíduo é chamado talo e em muitos casos apresenta um estipe, parecido com um caule, mas sem tecidos vasculares, um órgão de fixação que se pode assemelhar a uma raiz, e lâminas foliares, parecidas com verdadeiras folhas.

Todas as algas, sejam macroscópicas ou microscópicas, têm um importantíssimo papel na biosfera, no passado foram as pioneiras em liberar oxigênio para a atmosfera. No presente, elas são as responsáveis pela maior parte da produção nos ecossistemas aquáticos. Como produtores primários, elas formam a base da cadeia alimentar desses ecossistemas.

São autotróficas utilizando o gás carbono como fonte de produção de energia para seu metabolismo e liberando para a atmosfera o gás oxigênio que vai servir de fonte energética para o metabolismo dos heterotróficos, neste caso os animais, grupo do qual estamos incluídos. 
Sua aplicação industrial esta relacionada à produção de lixas para polimentos finos, creme dental, cosméticos, filtros de piscinas, remédios, chocolate, cobertura e consistência de sorvetes, ração para gado, consumo humano e na engenharia genética. 

As macroalgas marinhas são as que apresentam dimensões maiores que as do fitoplâncton, podem por vezes colonizar grandes porções do substrato, fornecendo refúgio, alimento e mesmo substrato secundário a uma grande variedade de organismos, tornando-se num microhabitat específico dentro de um ecossistema maior. Esse seu desdobramento entre micro e macro sistemas creditam ao tapete de algas grande importância para o equilíbrio do nicho ecológico. A simbiose ocorre com vários organismos.

Algumas algas são excelentes bioindicadores que qualidade ambiental. Por vezes, as algas planctônicas multiplicam-se demasiado, favorecida por excesso de disponibilidade de nutrientes e temperatura ótima. Este fenômeno pode ser uma indicação de poluição e pode levar à destruição da biodiversidade em uma massa de água, uma vez que as algas que morrem são decompostas, levando à diminuição do oxigênio na água. Mas pode também ser um fenômenos natural, que desaparece quando a temperatura muda e quando os nutrientes são esgotados pelas algas. 

Um fenômeno semelhante acontece quando determinados dinoflagelados se reproduzem numa região marinha, formando o que se chama maré vermelha. Nesta situação, estes organismos produzem toxinas e podem provocar a morte de uma grande quantidade de peixes e mesmo de aves ou outros animais que deles se alimentam.



Eduardo Pimenta é Coordenador dos Cursos de Engenharia Ambiental e Gestão Ambiental do Campus Cabo Frio da UVA , Licenciado em Biologia, Bacharel em Biologia Marinha, Mestre em Engenharia (Pesquisa Operacional e Gerenciamento de Produção –COPPE/UFRJ) e Coordenador do Gepesca.GENTE/COPPE/UFRJ.