Em episódio recente de nossa história, na luta política entre José Bonifácio e Alair Corrêa, uma jogada de Alair o rotulou de raposa. Bonifácio realizava seu segundo mandato com certa tranquilidade, no município que ainda tinha sob seus domínios o território de Búzios. Inaugurava creches, com berçário e lactário, na Praia do Siqueira e do Jardim Esperança, experiência pioneira no país, entregava escolas de alto padrão como Américo Vespúcio, Edith Castro e Emigdio Coutinho, levava módulos de Médico de Família a Boca do Mato, São Jacinto e Rasa, saneava e calçava o bairro do Jacaré, manilhava e asfaltava o Valão do Braga, construía a nova sede da prefeitura no Centrinho, restaurava o Charitas e desapropriava a Fazenda Campos Novos, além de equipar com moderna frota de caminhões e máquinas a prefeitura. Tudo isso, com um orçamento de apenas R$ 90 milhões/ano. Além, de com o apoio do governo do estado, levar luz elétrica a toda área rural e periferia, construir três Cieps, iniciar o asfaltamento da estrada Cabo Frio – Búzios e o asfaltamento de 128 ruas no Jardim Esperança.
Tudo ia bem, até que num erro de estratégia, Bonifácio, atrita-se com a classe média ao fechar o acesso à Praça Porto Rocha. Senha para que Alair, então eleito deputado estadual, usasse seu prestígio junto ao governador Marcelo Alencar, para romper o convênio de pavimentação da estrada Cabo Frio – Búzios. Bonifácio, provocado pela decisão resolve diminuir o serviço de limpeza e concluir com recursos próprios a obra. Alair, no auge da astúcia, resolve dar um golpe de raposa e assalta a cidade com seu grupo, espalhando lixo nas ruas, soltando porcos na praça Porto Rocha e na Praia do Forte, além de amarrar cavalos em postes no centro da cidade.
Impingindo a José Bonifácio, a pecha de prefeito porco, ressurge forte e glamouroso, assentado em barril de petróleo. Era o início da era royalties, e seus governos irrigados pelo petróleo encheram os olhos de parte da população. A raposa, vaidosa como tal, passou a se intitular o maior administrador da história e para diferenciar-se das demais, mandou aplicar uma peruca, renunciando a calvície, passando a ser a raposa felpuda.
Agora, o destino prega a raposa felpuda, uma rigorosa vingança, com os cofres ainda cheios de dinheiro, arrecadando dez vezes mais do que Bonifácio, numa cidade agora menor, sem Búzios e sem realizar nenhuma obra, na interrupção da ciranda dos royalties, não sabe o que fazer, leva a cidade ao caos e uma revoada de urubus de todos os cantos vem anunciar que a raposa felpuda, não passa do verdadeiro prefeito porco da história.
Deputado Estadual Janio Mendes (PDT)
