Porém, nunca se criou tanta expectativa no judiciário como a que se ouve em nossos dias, com a ascenção do Joaquim Barbosa à presidência do STF. Nomeado por Lula, atendendo a critérios técnicos e ao batizado recorte racial, o primeiro chegou a Corte Suprema com um misto de desconfiança e preconceito. Assim, certamente sentia-se, como retratara Castro Alves: "Sou como uma garça triste que vive a beira do rio, as orvalhadas da noite me fazem gemer de frio." Aos poucos deixou de estar à margem dos debates, ganhou notoriedade e respeito, até se transformar no grande protagonista do julgamento do mensalão.
A crença no Joaquim é muito forte, como diria o ex-presidente Lula: "Nunca antes na história deste país" alguém chegou a presidência do STF com tanto respaldo popular. Se houvesse uma eleição direta para o cargo, este era "pulo de 10". Esta crença nasce da expectativa do povo no fim da impunidade, da necessidade de reforma do judiciário, da exigência de transparência das decisões judiciais e no fim de uma ditadura que ainda resiste aos tempos de democracia e liberdade.
A sociedade vive de expectativas, que o Joaquim as corresponda!
Janio Mendes (PDT)