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quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Entrevista de Janio na Folha dos Lagos


Jânio acredita que pode ser prefeito com a invalidade dos votos de Alair Pedetista se mantém cauteloso sobre decisão do TSE a respeito de Alair ( FOLHA DOS LAGOS - 11.10.2012 )

Janio Mendes quebrou o silêncio e foi enfático: “ainda 
posso ser prefeito de Cabo Frio”. Depois de se calar diante da vitória nas urnas de Alair Correa, seu adversário na eleição do último domingo, Janio falou, em entrevista à Folha,sobre a expectativa pelo julgamento de Alair, seu futuro político e sobre a campanha, que resultou em 40 mil votos.

Orgulhoso, Janio destacou a limpeza com a qual fez 
sua campanha. “Não inaugurei obras, não distribui contratos, nem arranjei cirurgias. Fui às casas das pessoas, me apresentei, falei sobre meus projetos e pedi votos”, afirmou o pedetista. Confira a entrevista com ele:



Folha dos Lagos - Como você recebeu a derrota 
nas urnas, no domingo?

Janio Mendes - Eu recebi muito bem os 40 mil votos 
que recebi. Nós tivemos três meses de campanha contra oito anos de Alair. O tempo foi nosso maior inimigo. Além disso, a boca de urna foi muito forte, nunca houve nada na história de Cabo Frio com-parável a isso, nunca se despejou tanto dinheiro em uma eleição como no domingo. Eram práticas de milícia e tráfico de drogas. Nós vimos churrascos em portas de colégios, com carne, bebida e dinheiro para quem votasse em determinado candidato. E tudo isso sem intervenção dos órgão competentes.

Folha - E o que você espera do julgamento de Alair 
e do consequente cenário político da cidade?

Janio - Ainda é prematuro falar sobre o julgamento do TSE.

Folha - Mas você acredita que ainda pode ser 
prefeito, mesmo sem novas eleições?

Janio - Temos um entendimento jurídico que aponta 
para isso. No nosso entendimento as eleições não podem ser anuladas, para ter outra depois.

Folha - O que você tira de positivo da sua campa
nha?

Janio - Tudo. Foi uma campanha limpa, feita no campo das 
idéias, das propostas. Foi uma campanha marcada pela emoção e que levantou 43% do eleitorado. Acho que é o modelo para a construção de um novo momento da política na cidade. É o resgate da política.

Folha - Uma das marcas da sua campanha foi o 
porta a porta, onde você ia nas casas das pessoas pedir votos. Como foi isso?

Janio - Esse é o caminho futuro da política. As pessoas querem se sentir valorizadas. Não inaugurei 
obras, não distribui contratos, nem arranjei cirurgias. Fui às casas das pessoas, me apresentei, falei sobre meus projetos e pedi votos. Tenho a convicção de que sou um modelo novo para a política daqui.

Folha - Mas nem tudo foram flores nesse período 
eleitoral. Você também sofreu muitos ataques.

Janio - Nós fizemos uma campanha limpa, respeitosa, 
mas não recebemos o mesmo tratamento. Daí surgiram os boatos infundados, como a suposta prisão da minha esposa, a ação atabalhoada e irresponsável no mercado da Rute Schuindt, (candidata a vice na chapa de Janio) e a manipulação da minha fala em um CD, agredindo os evangélicos. Estes golpes baixos são marca registrada de quem não consegue disputar no campo das idéias.

Folha - Você acha que esse CD onde você suposta-mente ofende o público evangélico atrapalhou na 
sua campanha?

Janio - Na campanha não sei, mas no meu coração, 
entristeceu muito. Peço desculpas aos evangélicos por ter sido usado para agredi-los.

Folha - Você sabe quem foi o responsável pela 
divulgação deste CD?

Janio - Pergunte ao presidente da Câmara. Foi criado 
todo um aparato para isso. Tanto que logo depois da divulgação deste CD o site da Câmara foi tirado do ar. Dediquei os melhores dos meus dias à Câmara, não esperava isso daquela instituição.

Folha - Um dos canais de divulgação desses boatos 
foram os blogs. O que você pensa sobre a mídia alternativa?

Janio - A blogsfera ainda não possui o efeito desejado 
na nossa sociedade, mas interfere. Nós mesmos usamos isso (os blogs) na nossa campanha.

Folha - Sua aliança com o governador Sérgio 
Cabral e com o prefeito Marquinho Mendes deu ou tirou votos?

Janio - Deu votos. Um governador de oito anos 
(Marquinho completa oito anos de mandato em dezembro e Sérgio Cabral, seis) naturalmente tem desgaste, mas também tem aspectos positivos. É um risco que a gente corre.

Folha - Um dos pontos positivos de sua aliança com 
Marquinho pode ser enxergado na grande votação no Segundo Distrito. A que atribui isso?

Janio - A aceitação ao governo Marquinho, à rejeição 
ao nome de Alair e a minha dedicação às pessoas de lá.

Folha - Há aproximadamente cinco meses, quando 
estavam se definindo os candidatos, você disse que o importante era a polarização entre sua candidatura e a de Alair, independentemente do lado que os outros prefeitáveis escolhessem. Continua com a mesma opinião?

Nota: Os ex-prefeitáveis Silas Bento, Paulo César, Claúdio 
Mansur e Alfredo Gonçalves renunciaram e apoiaram Alair.

Janio - Essa composição favoreceu Alair. Ninguém é 
tão pobre que não tenha nada para contribuir.

Folha - Você gostaria de ter tido o apoio deles na 
campanha?

Janio - Tanto gostaria que busquei, mas eles fizeram a 
opção deles.

Folha - E hoje, você faria composição com algum 
deles?

Janio - Apoio você não rejeita. O que você tem que ter 
bem claro são seus objetivos e eu sei.