Ao amanhecer, já está tudo pronto para começar a chamada pescaria de cerco. Dezenas de pescadores trabalham em parceria para arrumar as redes, no mar, na posição correta acompanhando a correnteza e os cardumes. O consultor científico do programa, o biólogo Marcelo Vianna, explica as peculiaridades do local. “Essa região aqui tem um privilégio de poucas regiões do mundo: é onde acontece a chamada ressurgência. Neste local, a água fria que fica no fundo, abaixo da quente, sobe para a superfície trazendo muito alimento”, descreve. Apenas entre os meses de abril e maio deste ano, quase 300 toneladas de peixe e lula foram pescadas na região.
O dia anoitece, mas o trabalho continua e é a hora de acompanhar outra técnica artesanal da região, a pesca noturna de lulas. Luzes são usadas para atrair a atenção da presa, que fica hipnotizada. Não é necessário nem usar iscas, elas nadam em direção às luzes e são fisgadas. Os pescadores aproveitam para mostrar como é a estrutura desses animais, que, na maioria das vezes, medem menos de 30 cm, mas podem chegar a atingir até 14 metros de comprimento.